A obesidade é definida pela Organização Mundial da Saúde como o acúmulo excessivo de gordura corporal, sendo geralmente classificada por meio do Índice de Massa Corporal (IMC). No ambiente de trabalho, esse quadro pode ser agravado por rotinas sedentárias, pausas alimentares inadequadas, longas jornadas e ausência de políticas de promoção à saúde.

Colaboradores com sobrepeso ou obesidade podem apresentar maior propensão ao presenteísmo (quando o indivíduo comparece ao trabalho, mas com baixa performance) e ao absenteísmo por problemas de saúde recorrentes. Além disso, limitações físicas, fadiga crônica, dores articulares e distúrbios do sono afetam diretamente a concentração e a eficiência no cumprimento das atividades diárias. Outro fator a ser considerado é o impacto psicológico, incluindo baixa autoestima, ansiedade e isolamento social, que interferem na comunicação interpessoal e na integração com as equipes.

A ginástica laboral é uma estratégia que pode reduzir os efeitos do sedentarismo e melhorar a qualidade de vida do trabalhador. Ao incluir sessões curtas de alongamento e mobilidade articular durante o expediente, é possível prevenir lesões musculoesqueléticas, melhorar a postura, estimular a circulação sanguínea e reduzir o estresse.

No artigo de hoje falaremos sobre obesidade no ambiente de trabalho, impactos, doenças relacionadas, como o tema deve ser abordado nas empresas, e qual a importância da ginástica laboral. Continue a leitura!

O que é obesidade?

Obesidade é uma condição médica caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal, que pode comprometer a saúde e aumentar o risco de diversas doenças. O diagnóstico mais comum é feito através do Índice de Massa Corporal (IMC), calculado dividindo o peso (em kg) pela altura (em metros) ao quadrado. De forma geral:

IMC entre 25 e 29,9 = sobrepeso

IMC igual ou acima de 30 = obesidade

IMC acima de 40 = obesidade grave (ou mórbida)

A obesidade é uma doença crônica multifatorial, influenciada por fatores genéticos, metabólicos, comportamentais, psicológicos e ambientais. Ela está associada ao aumento do risco de doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, hipertensão, dislipidemia, além de impactos na saúde mental, como ansiedade e depressão.

No ambiente de trabalho, pode se agravar devido ao sedentarismo, alimentação inadequada e estresse. Por isso, é cada vez mais considerada uma questão de saúde ocupacional e qualidade de vida no trabalho.

Impactos da obesidade na produtividade

A obesidade no ambiente de trabalho vai além de uma questão de saúde individual, impactando diretamente a produtividade e a eficiência das equipes. Colaboradores com excesso de peso enfrentam desafios físicos, emocionais e sociais que interferem no desempenho profissional. 

Entender esses impactos ajuda a construir ambientes corporativos mais saudáveis e inclusivos. A seguir explicamos os principais efeitos:

Presenteísmo

O colaborador comparece ao trabalho, mas apresenta baixa performance devido a dores, cansaço, sono não reparador ou problemas emocionais relacionados ao excesso de peso. Isso reduz a eficiência e a qualidade das entregas.

Absenteísmo

Pessoas com obesidade têm maior probabilidade de faltar ao trabalho por motivos de saúde, especialmente devido a comorbidades como diabetes, hipertensão e problemas osteoarticulares. Isso afeta o andamento de projetos e aumenta a sobrecarga das equipes.

Risco de acidentes e afastamentos

A obesidade pode limitar a mobilidade e a agilidade física, o que eleva o risco de acidentes ocupacionais, principalmente em funções operacionais. Além disso, doenças associadas ao quadro podem levar a afastamentos prolongados.

Aumento dos custos organizacionais

Empresas acabam gastando mais com planos de saúde, licenças médicas, perícias e recontratações. Também podem enfrentar perdas financeiras indiretas pela queda no desempenho de equipes e necessidade de substituições temporárias.

Impactos psicossociais

A obesidade pode afetar a autoestima, a motivação e a interação social do colaborador. Em ambientes pouco acolhedores, o risco de isolamento e desengajamento é alto, impactando o clima organizacional e a cultura da empresa.

Doenças relacionadas à obesidade

A obesidade é um fator de risco para diversas doenças crônicas que comprometem a saúde física e mental do trabalhador. Essas condições reduzem a capacidade funcional, aumentam os afastamentos e elevam os custos com saúde corporativa. Conhecer as doenças associadas ao excesso de peso é o primeiro passo para preveni-las. Entre as mais frequentes, destacam-se:

Diabetes tipo 2

O excesso de gordura corporal, especialmente na região abdominal, contribui para a resistência à insulina, fator determinante para o desenvolvimento da diabetes tipo 2.

Hipertensão arterial

O aumento do peso sobrecarrega o sistema cardiovascular, favorecendo a elevação da pressão arterial e aumentando o risco de infartos e AVCs.

Dislipidemias

A obesidade frequentemente altera os níveis de colesterol e triglicerídeos, levando a dislipidemias que aceleram o processo de aterosclerose e doenças cardíacas.

Apneia obstrutiva do sono

O acúmulo de gordura na região do pescoço pode obstruir as vias respiratórias durante o sono, causando pausas respiratórias que comprometem o descanso e a disposição diária.

Doenças osteoarticulares

O excesso de peso sobrecarrega as articulações, principalmente joelhos, quadris e coluna, contribuindo para quadros de artrose, hérnias de disco e dores crônicas.

Essas condições afetam diretamente a qualidade de vida e a capacidade funcional do trabalhador, reforçando a importância da prevenção e do acompanhamento médico contínuo.

Como o tema deve ser abordado nas empresas

Obesidade como uma questão de saúde - é importante tratar a obesidade como uma condição multifatorial (e não como consequência de 'falta de força de vontade'). Fatores genéticos, emocionais, hormonais e ambientais devem ser considerados nas ações internas de saúde no trabalho.

Sigilo e acolhimento - ao oferecer apoio, a empresa deve assegurar o sigilo das informações de saúde e garantir um espaço acolhedor. Programas e campanhas devem ser inclusivos, evitando expor pessoas com sobrepeso ou tratá-las de maneira diferenciada em público.

Ações de educação e prevenção - implementar campanhas educativas, rodas de conversa com especialistas (nutricionistas, psicólogos, educadores físicos), e distribuir conteúdos informativos pode ajudar os colaboradores a entender melhor o tema e buscar apoio quando necessário.

Políticas de bem-estar - oferecer benefícios voltados à saúde, como plano nutricional, acompanhamento psicológico e incentivo a práticas físicas, demonstra comprometimento com o bem-estar da equipe. Flexibilidade para pausas ativas e incentivo ao autocuidado também são práticas eficazes.

Saúde mental - a obesidade está frequentemente associada a ansiedade, depressão e transtornos alimentares. Portanto, integrar o cuidado psicológico nas ações voltadas à saúde física é indispensável.

Abordar a obesidade com responsabilidade fortalece a cultura organizacional, reduz riscos trabalhistas e contribui para ambientes mais inclusivos e produtivos.

Importância da ginástica laboral

A ginástica laboral ajuda a promover a saúde física e mental no ambiente de trabalho, especialmente no combate ao sedentarismo - um dos fatores de risco associados à obesidade. Com exercícios leves e orientados, realizados durante a jornada de trabalho, ela traz benefícios significativos para os colaboradores.

Prevenção do sedentarismo

Movimentações regulares durante o expediente contribuem para melhorar o metabolismo, ativar a circulação sanguínea e auxiliar na queima calórica, colaborando na prevenção e no controle da obesidade.

Redução de dores e lesões

A prática reduz a sobrecarga muscular e o desconforto gerado por posturas inadequadas e atividades repetitivas, comuns em ambientes corporativos, diminuindo o risco de afastamentos por dores lombares, tendinites e lesões musculoesqueléticas.

Melhora do humor e da disposição

Ao estimular a liberação de endorfinas e serotonina, a ginástica laboral contribui para o bem-estar emocional, ajudando no alívio do estresse, da ansiedade e até da fadiga mental (fatores que podem influenciar negativamente os hábitos alimentares).

Integração e engajamento da equipe

Esses momentos de atividade promovem interação social positiva, fortalecem o vínculo entre colegas e estimulam uma cultura organizacional voltada ao cuidado coletivo, incentivando outros hábitos saudáveis.

Incluir essa prática regular é uma maneira de valorizar o colaborador e fortalecer ações preventivas de saúde no local de trabalho.

Conclusão

Como vimos, a obesidade é uma condição de saúde que afeta diretamente a produtividade, o bem-estar e a qualidade de vida no ambiente de trabalho. Seus impactos vão além do aspecto físico, influenciando o desempenho, a autoestima e as relações interpessoais dos colaboradores. Reconhecê-la como um problema de saúde e não como uma falha individual é o primeiro passo para uma abordagem mais humana e eficaz nas empresas.

As doenças relacionadas à obesidade, como diabetes, hipertensão e problemas osteoarticulares, aumentam o absenteísmo, o presenteísmo e os custos com saúde ocupacional. Nessa circunstância, é papel da organização criar políticas que promovam a prevenção e o cuidado contínuo, oferecendo informações, suporte multidisciplinar e incentivo a hábitos saudáveis, sem julgamento.

Entre as ações possíveis, a ginástica laboral se destaca como uma ferramenta prática e acessível para combater o sedentarismo, melhorar a disposição e prevenir distúrbios físicos. Abordar a obesidade com empatia e promover um ambiente de trabalho saudável e inclusivo fortalece a cultura organizacional, melhora os resultados e demonstra real compromisso com o bem-estar coletivo.

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